Olá papá,
Como não tenho blog, e a mamã não me deixa criar um, porque diz que eu sou pequenino, vê lá tu..., pedi-lhe para escrever no dela. Pensei em escrever uma carta, mas não posso ir aos correios sozinhos. Por isso aqui vai.
Querido papá,
Já não te vejo há muitos dias, estou com muitas saudades tuas. Não sei onde foste, porque a mamã não me diz, mas sei que não vens a casa. Não te vejo, nem vejo as tuas coisas espalhadas no quarto ou na sala.
Tenho saudades de brincar contigo, de estar ao teu colo, dos teus miminhos.
A mamã tem andado muito triste, ela brinca muito comigo, ri-se imenso, mas vejo no olhar dela que não anda bem. As vezes dou com ela a deitar uma lágrima. Jur que não me portei mal. Mas não percebo porque ela anda assim.
Ontem fomos à sra da bata branca, eu cá não gosto dela, o meu amigo de bata branca é bem mais divertido. A amiga da mãe pô-la a chorar. Não percebi o que lhe fez nem o que lhe disse, mas deixou-a ainda mais triste. Cá para mim ela está doente, sim porque eu só vou ao meu amigo de bata branca para ver se estou doente ou não, e a mamã saí sempre de lá a sorrir.
Mesmo não te vendo há muitos dias, continuo a gostar muito de ti.
Ah, papá outra coisa, quero que saibas que eu não quero prendas, a maior prenda que me podes dar é tempo do teu tempo.
Um beijinho do teu filho Tomás.