Olá
Na 5ª feira fui ao médico, com o coração apertadinho, claro, e com um medo enorme do que iria ouvir.
Fiz ECO e lá estava o saco, lá estava o casulo do meu bebé, com 12.7mm, no sítio certo, com o tamanho certo. Estou gravida de 6 semanas.
Fiquei feliz, sem dúvida, mas longe de estar sossegada.
Tal como noutras vezes, as coincidências teimam em me acompanhar. Tal como na outra gravidez mandou-me lá ir passado duas semanas, dia 29 lá vou eu, mais uma vez com o coração apertado, e desta vez com um medo ainda maior, nessa altura terei que ver o meu bebé, terá que estar com o coraçaozinho a bater. Espero que a história não se repita, espero que desta vez o sorriso seja enorme, a felicidade seja plena.
Como se não bastasse, segundo o médico a DPP é dia 4 de Julho, nem pude crer quando ouvi. Dia 4, exactamente o dia que perdi o meu primeiro filho.
Pedem-me para não me focalizar nesta data, mas é-me difícil, por mais que queira e tente não consigo. Sei que é quase impossivel nascer nesse dia, até porque dificilmente aguentarei até ás 38 semanas, quanto mais até as 40. Mas não deixa de ser a data que irei ouvir e ler durante estes 8 meses que ainda me restam.
Quero acreditar que tudo irá correr bem, quero acreditar que desta vez o destino com as suas coincidência me vai dar motivos para sorrir.
É esperar, com medo, com angustia, com ansiedade que tudo corra bem, e viver cada dia ultrapassado ao minuto, como uma vitória ganha, como uma meta atingida, destes imensos degraus que irei subir.
Obrigada a todas aquelas que me têm dado o ombro, que me têm dado força, obrigada por nos momentos mais difíceis estarem aí para me ouvir e me ajudar a continuar a ter esperança.
Em especial a ti Manu, por todo o caminho que temos feito juntas, por toda a aprendizagem que me tens passado, e acima de tudo pela força da amizade que transmites. Um abraço do tamanho do mundo.
bjinhos a todas
Sandra
Olá a todas
Pois é, comecei os treinos este mês, e para meu espanto foi tiro certeiro.
Estava com atraso de dois dias e por insistência de muitas amigas e do mariduxo fiz o teste. Não fui eu que o fui comprar, porque mesmo querendo tinha medo, medo de um positivo, medo de um negativo, sei lá. Simplesmente medo.
Duas amigas decidiram ir comprá-lo. Andei a tarde toda com o teste guardado na carteira. Mesmo sabendo que estava com atraso menstrual, sinceramente pensei sempre ser da ansiedade, dos nervos.
À noite acabei por fazer o teste. Dois traços, era positivo, estou novamente grávida.
Pois é, ao contrário da primeira gravidez, não gritei, não fiquei eufórica, não senti o peito encher-se apenas de alegria e felicidade. Experimentei a dissonência de sentimentos que qualquer mulher que perde um filho possivelmente sente quando engravida novamente.
Simplesmente peguei no teste, mostrei ao marido e disse: tem dois traços, estou outra vez grávida.
Fiquei apática, apenas me lembrava do meu primeiro filho, de como poderia estar eu feliz se ainda há 4 meses perdi um filho, se poderei voltar a perder este, se poderei mais uma vez ficar sem chão. Não consigo deixar de pensar, que a data prevista para o parto, coincide com a semana em que perdi o meu filho, como irei eu conseguir viver feliz este momento que tanto desejo, o de ter um filho nos braços. Como irei eu reagir a tal situação?
Neste momento já digeri tudo isto, já consigo permitir-me sentir feliz, mas ao mesmo tempo tenho medo, muito medo do que me espera nesta longa caminhada.
É incrivel que para as outras pessoas o facto de estar gravida novamente apague de imediato o meu primeiro filho, apague da memória que um dia carreguei dentro de mim um bebé, que mesmo por 2 meses que o carreguei era o meu filho, era um ser que já amava e irei lembrar durante toda a minha vida.
Alguém teve a brilhante ideia de fazer um comentario, que agora a outra gravidez já não interessa, o que importa agora é este filho que carrego no ventre. Ccomo é possivel tanta ignorância, como é possivel alguém achar que lá por estar grávida apaguei o meu primeiro filho da memória. NUNCA.
Estou muito feliz por estar a viver uma nova gravidez, espero ansiosamente que estes 9 meses passem e que tudo corra bem, mas nunca, em hipótese alguma te esquecerei meu filho.
Um abraço de saudade, uma saudade infinita que jamais será esquecida.
Adoro te meu filho