Em contagem decrescente...
Pois é, há muito que não escrevo, estive de repouso desde as 32 semanas e apesar de não ter nada para fazer, também não havia grande disposição para vir ao pc. A barriga já incomoda, e estar sentada é complicado.
Já estou de 38 semanas, parece um sonho, eu, que nem as 30 pensava chegar, o meu Tomás está-se a portar como um "homenzinho", e está a aguentar-se. Esta foi já para mim uma grande vitoria.
Não tem sido uma gravidez tranquila e de todo fácil, tenho tido muitos sustos, e o medo tem-me acompanhado diariamente.
Sinto-me feliz pela chegada do meu Tomás, pelo filho que carrego no ventre, por cada dia que passa e tudo está bem. Mas esta não é uma felicidade plena. Há dias que são terriveis, que sinto uma angustia imensa, uma saudade que dói, que me sinto imensamente sozinha com as minhas lembranças, com o recordar e o imaginar de como seria o meu primeiro filho.
Por mais que queira não sentir, tenho a sensação que foi uma caminhada que tenho vindo a fazer sozinha, cada degrau que subo só eu sei o quanto me custa, porque sinto que não me entendem. Sinto que me exigem estar plenamente feliz, não estou, não consigo estar e sinceramente cansei-me de fazer de conta quando etsou com as pessoas.
O meu filho está a chegar, e o dia 4 de Julho teima em ser a DPP, dia 4 de Julho, o mesmo dia que me arrancaram do ventre o meu primeiro filho, que ironia do destino. Uma ironia que não quero vivenciar, uma ironia que não deveria de existir, porque sei que se assim for, não irei viver o nascimento do meu Tomás na sua plenitude.
Neste momento já tive um susto, um alarme falso, a qualquer momento o meu filho nasce. Terei consulta dia 26 e aí marcarei a indução do parto. Irei pedir ao médico para o fazer antes de dia 2, para não correr o risco do tal dia 4.
Um beijo a todas as pessoas que me dão força, que mesmo com um sorriso me fazem acreditar que tudo vai correr bem. Obrigada por estes 9 meses de apoio, por estes 9 meses de compreensão sem juizos de valor e acima de tudo sem cobranças.
Sandra