Esta semana tem sido um horror... As datas... algo que normalmente nos deixa felizes, a vida encarrega-se de fazer o contrário.
O tempo passa, e elas continuam a magoar, continuam a deixar-me angústiada, ausente, revoltada e com raiva do mundo.
Acho sempre que vou conseguir passar ao lado, que vou conseguir não ir abaixo, mas não consigo.
Nada me garante que a minha filha nascesse no dia 14 de Fevereiro, mas foi esta a data que sempre vi no monitor, que está gravada nas ecografias, por isso será sempre esta a data que irei associar ao nascimento da minha Beatriz.
Como tal, esta semana para mim nao tem sido fácil, à medida que o dia 14 se aproxima noto que ando cada vez mais em baixo, cada vez com mais vontade de estar sozinha, de figir, de não falar com ninguém, até porque ninguém se lembra que a minha filha faria agora 2 anos, ninguém se lembra que esta era a data prevista para o parto, ninguém se lembra (ou quase ninguém) que ela um dia existiu.
É tão difícil explicar aos outros, ou melhor, nem se quer me dou a esse trabalho, porque os outros também não irião querer ouvir.
Como se não bastasse a tristeza, vem aliado a culpa, culpa porque de alguma forma me estou a esquecer do meu Tomás, que é a luz da minha vida, e se não tivesse perdido a Beatriz ele não estaria cá. É tão difícil gerir o que vai cá dentro.
Quero imaginar a minha filha serena, em paz, num sítio tranquilo e cheio de luz. Quero imaginá-la como um anjo. Encontrei uma imagem na net que traduz em pleno aquilo que penso,
com uma rosa vermelha, uma rosa de amor, a rosa que sempre compro e lhe oferece quase como que um abraço lhe estivesse a dar.
Que neura.......................... Que raiva............... de ninguém, apenas da vida.
"Quando há medo de ir embora, é porque vale a pena ficar... Quando não temos medo da despedida, é por que já fomos embora com o corpo presente..."