Pois é, a Artémis está numa nova fase de evolução. É com alegrias, mas ao mesmo tempo com alguma tristeza que vejo que fora do nosso país nos dão valor, nos abrem portas. Infelizmente temos ir ir fazer conquistas para longe, mas vamos. Depois da visita da Manuela a São Paulo, para o lançamento do seu livro, temos tido um feedback muito positivo do povo brasileiro. Ela está de volta ao Brasil, mais precisamente a São Paulo, para entrevistas, workshops, alestras e para tentarmos criar raízes naquela cidade que tão bem a acolheu, a ela e à Artémis. Mas desta vez não vai sozinha, leva-me na bagagem.
Dia 24 de Julho embarcamos do Porto ás 10:45h com uma enorme bagagem cheia de esperança e com muita vontade de lutar por um lugar além fronteiras. Vamos também com a expectativa de que esta possa ser uma porta que se abra, para que aqui no nosso país nos abram também.
Vou com alegria, mas com o coração muito apertadinho. Vou deixar o meu filho 1 semana, sim 1 semana inteira sem o ver, sem falar com ele sempre que me apeteça, pois não poderei estar constantemente a ligar-lhe. Também não poerei falar com ele ao telefone, pois será complicado para ele. Mas vou, mesmo assim vou. Vou porque a minha filha também merece, vou porque acredito que este será um passo de gigante para que aqui passem a respeitar a memória dos nossos filhos. Vou porque visto esta camisola de coração, porque darei sempre tudo em prol de uma causa que acredito e que quero que os outros acreditem. Só gostava que todas aquelas pessoas que se escondem, que nos fecham as portas pensassem nisso e que tivessem uma postura diferente face à perda gestacional.
Até ontem tudo estava apenas delineado, ontem as marcações foram feitas, tudo está programado, agora é contagem decrescente até ao dia D.
Esta semana estivemos sozinhos, eu e o Tomás. Foi uma semana de reflexão, de deciões do que quero, do que ´possivel, do que poderá ser daqui para a frente.O Tomás anda bem, dentro do possível claro, mas já raramente pergunta pelo pai, o que me deixa triste, pois significa que se está a habituar à sua ausência.
Eu tsambém, nos primeiros dias tirou me do sério o facto de só ligar 1 vez para saber do filho, agora nem isso me irrita. Já não fico sempre a olhar para o telemovel a ver se tenho alguma chamada.
O que me faz confusão e isso sim irirta me é não saber como as coisas vão ficar, isso sim, quero dar um rumo à minha vida e há coisas por decidir.
Não sou apologista de se dar um tempo, detesto essas cenas, ou se está ou se vai embora de vez, assim não.
Quero tomar decisões na minha vida e estou neste impasse.
Uma coisa é certa, e isso sim eu já decidi, ou se conversa e se deixa tudo decido, ou então não vale a pena. Apesar de que no fundo, se querem saber acho que já não vale mesmo a pena, temos projectos de vida diferentes, temos maneiras de estar perante a vida diferentes, temos objectivos diferentes, temos prioridades diferentes.
Há pessoas que dizem que basta amar para as coisas darem certo, para se lutar, eu não acho. Amo, amo muito, amo se calhar em demasiado. Mas mesmo assim esse demasiado não chega para continuar a achar que vale a pena lutar.
Olá a todas
Estes dias têm sido um turbilhaão de sentimentos. Ás vezes acho que parei no tempo, na realidade. Mas não.
Por um lado há noticias que me deixam feliz, pois estamos a conseguir tanto em tão pouco tempo, estamos a abrir portas que pensamos não serem possíveis, e estou a falar da Artémis, que é uma parte da minha vida.
Por outro lado a minha vida pessoal está um caos, não sei o que pensar, que sentir, simplesmente não sei.
Mas este é um post de aviso, aviso que a partir de hoje as cuscas vão deixar de ter recados, de ter reflexões. Percebi que preciso virar a página para poder ter paz interior. A partir de hoje simplesmente deixaram de existir, é assim que vou pensar, é assim que preciso pensar, aconteça o que acontecer.
Se se sentem felizes assim, ainda bem, sejam felizes. É o que desejo para mim, simplesmente ser feliz, mesmo que implique abdicar de alguns projectos, de alguns sonhos.
Há pessoas que se cruzam na nossa vida para que possamos aprender algo, e eu aprendi, apredi que a raiva, o ódio, a revolta nos moí por dentro, nos impede de sermos felizes, de andarmos para a frente.
Só peço que me esqueçam e que sozinha ou contigo que me deixem ser feliz
Uma vez ouvi na tv uma frase que me ficou na cabeça, e é bem verdade, "o amor é como o vidro quando estilhaça não há forma de se recuperar", quer queiremos quer não é assim, o tempo não sara as feridas, o tempo não faz com que as recordações do que foi dito ou feito se apague . Nós com as nossas atitudes é que podemos fazer coisas que possam miniminar o que é negativo.
Eis algumas frases que me apetece comentar, se leres leste, se não leres alguém vai ler por ti e vai te meter no c%.
"perdi a minha filha por tua causa" - meu amigo não perdeste nada, basta fazeres 300km e estás com ela, já eu não posso dizer o mesmo da minha, por mais km que faça nunca a verei. E se pensas que tiras o teu peso da consciência por não a veres culpando me a mim, também esquece, pois não a vais ver porque NÃO QUERES, nunca te impedi, agora eu ou o meu filho estarmos com essa fedelha isso é que não, e digo te já, farei de tudo para que o Tomás a odeie. Não será preciso muito, basta contar a verdade, será o suficiente.
"envenenaste me contra a minha filha" - bem esta então foi suprema, não envenenei mostrei te a reles da filha que tens, fiz com que por muito que não quisesses visses a bruxa de criança que ela é, mentirosa, falsa, cruel, e que caga na cara quer do pai quer da mãe. Agora se queres continuar a achar que ela é um anjo, força, problema teu.
"Vou-me embora" - Já vais tarde, assim sempre me tinhas poupado os desprazeres todos de conviver com determinadas pessoas que me fizeram a vida num inferno.
"a minha irmã é que tem razão em relação a ti" - como vês até nisso eu tenho razão, ela só fala mal de mim, e à frente é outra sonsa, beijinhos e merdinhas, poupem-me. Ainda bem que simplesmente deixei de lidar com essa gentinha, sim é o que ela é gentinha, e vem-me dizer ao telefone que quer que nós nos entendamos, poupem-me a tanta falsidade, que se meta na vida dela e que deixe os outros em paz.
E agora os recados direitinhos às pessoas devidas:
à tua irmã, sabes qual sim porque a outra nunca se meteu na nossa vida, levou foi por tabela é a unica coisa que lamento, que esqueça que eu existo, que esqueça que o meu filho existe que simplesmente leve a vida dela.
à tua filha, não me apetece dizer nada, simplesmente agradeço que continue a fazer de conta que o irmão não existe e que nem pense em utiliza lo para alcançar alguma coisa, ou tocar lhe com um dedo - DESFAÇO-A à pancada.
a ti, so me resta dizer que fico contente por finalmente teres dito o que pensas, e ao contrario do que julgas, NÃO, não quero que me peças desculpa, porque nunca o fiz nem farei quando simplesmente digo o que pensao. Foste sincero, pela primeira vez foste sincero e só te agradeço por isso, acredita. Agora leva a tua vidinha e deixa me levar a minha em paz com o meu filho.
Que vontade de mandar tudo p'ro alto, de mudar, de virar a página.
Já nada faz sentido mesmo. Sabem aquela sensação de que se está no sítio errado, é assim, sinto-me no local errado. Sinto que não é aqui que devo estar, sinto que preciso de mudar.
Olho há volta e nada tem significado, nada faz sentido. Vou por um caminho que sei que é errado, que sei que não vai levar a lado nenhum, mas insisto, estupidamente insisto.
Digo-o com consciência, porque olho para longe e não vejo nada, não vejo nada colorido, não vejo luz.
Sinceramente, sempre ouvi dizer que tomar decisões custa, mudar custa, as pessoas habituam-se, acomodam-se porque mudar algo na vida implica muita coisa, ás vezes implica demais. Mas e se esse demais leva a paz interior, a harmonia pessoal? Será que não vale a pena? Vale, claro que vale, mas mesmo assim é dificil. Mas como me conheço bem, e sei como só, tou mesmo a ver, quando estiver no limite, quando estiver no abismo é que mudo. Parvoice já sei, mas que querem que faça, defeito de fabrico. O problema é que estou a um passo disso. Não gosto da pessoa que me estou a tornar, não gosto de andar sempre irritada, sempre de mal com tudo, sempre sem um sorriso verdadeiro, sem aquele brilho no olhar que tantos falavam. Se não tivesse o Tomás provavelmente já tinha mudado, daquelas mudanças bem radicais, sem pensar no que vem depois. Mas tenho o meu filho, e qualquer mudança na minha vida tem sempre que ser a pensar no bem estar dele, por isso tenho que estar estável, não me posso aventurar em "ir por ai e logo se vê".
Ah, já me ia esquecendo, para as cuscas cá do sítio, aqueles que só cá vêm para poder falar da minha vida e meter nojo, mas escondidas (ah gente frontal) podem sossegar o facho, já não precisam de mexer uma palha, agora é só sentar e esperar, se o souberem fazer, claroooooooo.
Olá a todas
Andava a vaguear pela net e encontrei um texto sobre desistir que traduz realmente aquilo que penso, achei fantástico. Aqui está:
"Desistir
Desistir de sentir a vida. Não é o mesmo que desistir de viver.
É apenas deixá-la fluir como água na pele impermeável, e não me deixar molhar.
É apenas tentar não sentir; deixar do lado de fora emoções e sentimentos.
Observá-los como corpos estranhos.
Dissecá-los sem senti-los.
Viver na corrente mas sempre junto à margem, ignorada qual sombra - ser a própria sombra, discreta, ignorada, invisível quanto possa.
Melhor ainda, fundir-me na corrente, ser a sombra da sombra.
Tornar-me a mulher invisível, e tornar invisíveis ao coração quaisquer vestígios de sentimento, quaisquer resquícios de emoção.
Ser apenas; negar o sentir."